Hoje estou superlativa. Melhor assim, porque desta forma comemoro com mais entusiasmo os mais de 60 dias sem o cigarro. Por isso, VIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (Isso faz parte da parte superlativa acentuada, atenuada, exagerada, exacerbada em mim hoje).
Pra começar, quero justificar um pouco a nossa ausência aqui no blog. Foi a soma de alguns elementos que nos fez dar essa super pausa nos nossos textos sem nicotina. Uma delas é a correria mesmo deste final de 2011. Normais que somos, também sofremos da SINFA (Síndrome da Intolerância de Fim de Ano) que assola o mundo – podem reparar: todos, todos ficam estranhos nessa época – então uma é essa: a correria desenfreada + a intolerância quase que epidemiológica que nos acomete.
Uma outra (essa é ótima!) é, na verdade, a “necessidade” de escrever menos. Vejo isso como fator muito positivo porque a pior parte ficou para trás e, como sofremos menos, temos uma necessidade menor de expressar, de desabafar, de trocar, de ocupar os dedos e a mente para não acender um cigarro.
E, por fim, mas não menos importante, ficamos desfalcados sem os indescritíveis textos do nosso amigo Fernando França. Ele justifica que não quer escrever porque está com vergonha (Hããã??? Fernando França com vergonha???) de escrever já que ele se aventurou à alguns cigarrinhos nesses dias últimos. Muita adrenalina, muita mudança, muita novidade, reviravoltas, recomeços, reencontros, redescobertas. O momento pesou e foi muito difícil segurar a onda. Aqui, Fernando França, publicamente?! Você já me fez orgulhosa por ter tentado. Outra: você deve se orgulhar de si mesmo porque viu que não vai morrer sem o cigarro; que é possível respirar (e muito melhor, diga-se) sem o cigarro. Portanto, meu amigo combatente, a sua hora vai chegar e nós estaremos aqui: por e com você. Nos mesmos endereços físicos e virtuais.
E como estamos, afinal?! Muito bem, obrigada. Sem pavio, mas bem (não vou nem falar dos nossos ministros; deixo minha revolta só no título). Outro dia, os três amigos e sua fiel apoiadora se encontraram em resenha de fim de semana. Tivemos uma deliciosa noite de sexta-feira com cerveja, vinho, comidinhas deliciosas, fotos da Europa e rock (“bebê”) e não teve nem espaço e nem tempo pro cigarro. Só levantamos pra atacar a geladeira do Serginho e não precisamos nos preocupar em ficar pendurados na janela iguais a uns bocós. Foi muito legal!..
Fora isso (que já é tanto) começo a me sentir cada vez mais “normal”. A vida, de fato, começa a seguir com muita normalidade e naturalidade sem o cigarro. Ele não faz parte dela mais e ponto. Os hábitos (antigos) começam a voltar – tipo escovar os dentes no máximo cinco vezes ao dia -. Mas, claro, não estou dizendo aqui que é fácil. Não é. Não tem um dia sequer que eu não pense ou não me lembre do cigarro, seus horários e prazeres. Aliás, comentei com os meninos: vamos sempre sentir falta do cigarro, não seremos (infelizmente) aquele tipo de ex-fumante que tem nojo do cigarro e tudo que ele representa. Sabemos que somos melhores sem ele, que é muito melhor não fumar do que fumar, que já avançamos muito nesses 60 dias, que somos menos fedorentos, que somos mais gordos, que aqueles não fumantes ao nosso redor são mais felizes, tudo isso... Mas sempre teremos vontade de fumar. Ela só não pode ser maior do que nossa capacidade de pensar.
De novo ( e sempre): obrigada, obrigada, obrigada e mil vezes obrigada aos meus grandes amigos de luta; aos nossos carinhosos e incentivadores leitores; aos meus amigos todos e sempre perfeitos; aos meus colegas, companheiros e irmãos de trabalho; aos meus queridos familiares; ao laboratório Novartis pelo adesivo (estou entrando na penúltima fase), à minha maravilhosa, lindíssima e paciente família e, sobretudo, a Deus (que é só bondade e luz na minha vida) por me sustentarem nessa escolha. Nessa luta, que eu bem sei, nunca terá fim porque não tem vencedores. Mas que também me dá o bálsamo da chance de saber que posso caminhar sem ser derrotada.
#LiNaMarieClaireQueHomemNãoGostaDeMulherQueUsaHashtag – dedico essa ao autor.